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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eixo VII


Seminário Integrador VII
As discussões feitas sobre as teorias pedagógicas, metodologias e concepções sobre o processo de aprendizagem trouxeram novas discussões sobre as atividades pedagógicas e surge uma proposta metodológica para provocar uma mudança na escola: os Projetos de Aprendizagem.
Projeto de Aprendizagem é uma proposta de trabalho que nasce dos interesses e necessidades dos alunos buscando saciá-las de forma autônoma.
Através das situações de confronto e de um princípio de liberdade e interação os alunos constroem seus novos conhecimentos.
Aos professores especialistas, cabe mediar, acompanhar e desafiar os alunos para novos pontos de vista.
O professor mediador precisa deixar de ser o centro da atenção e razão das aprendizagens abrindo espaço à participação, favorecendo a autonomia mantendo vivos o interesse e a atenção dos alunos.
Essa mudança é complexa, pois vão mudar a base teórica dos educadores.

Educação de Jovens e Adultos
Na interdisciplina de EJA, fomos convidados a ler e refletir, à partir de um texto de Regina Hara, sobre os desafios enfrentados pelos educadores em ensinar e motivar os adultos que frequentam esta modalidade de ensino.
As dificuldades em trabalhar com EJA, como o texto relata, passa pelos problemas sociais. A escolarização tem peso menor para a sua sobrevivência de adultos das classes populares, outras questões são preponderantes - como habitação, saúde, emprego, alimentação, transporte - em relação aos processos escolares. Daí a evasão, que supera a permanência em sala de aula, evitando o abandono e a desistência. Além, é claro, do mais significativo, o cansaço físico, porque após um exaustivo dia de trabalho, poucos sentem-se estimulados a permaner por um extenso período na escola.
Hara coloca muito bem a questão que a simples militância e a informação técnica não são suficientes para ensinar a ler e escrever, assim como uma metodologia direcionada por palavras relacionadas à realidade do aluno, é preciso mais, é necessário que este adulto compreenda a função da leitura e da escrita em sua vida, em como lhe será útil para a construção de conhecimentos sobre o mundo que esta inserida, desenvolvendo habilidades que lhe capacitarão para participar e trans
Hara diz que é importante valorizar o que o aluno traz de suas vivências. Que a aprendizagem da leitura e escrita ocorre da mesma maneira para adultos e crianças. Os estágios de construção da escrita que os adultos apresentam são os mesmos identificados nas crianças.
A aprendizagem da escrita e da leitura é um processo em que o sujeito é o construtor do conhecimento.Os adultos pensam a escrita como um sistema de representação e tem hipóteses sobre como acontece essa representação.Tudo serve para ler, porém fica mais fácil se o texto escrito provocar a curiosidade e o desejo do leitor, seja criança ou adulto.A escrita também se dá da mesma forma, precisa haver uma vontade de escrever, um objetivo, assim ficará mais fácil esse processo. Ou seja, é necessária a compreensão do processo e da importância dele para o educando.formar sua realidade.
A avaliação na EJA precisa ser adotada de forma que leve o próprio aluno a se perceber, a dar-se conta de seus progressos e do que ainda precisa melhorar, pois desta maneira ela se torna mais um argumento de permanência deste adulto em sala de aula e lhe dá estímulo para enfrentar as adversidades diárias, tais como: cansaço, necessidades de carência social e financeira, etc.A promoção da auto-avaliação ou do Conselho de Classe Participativo, como já é adotado em diversas escolas do município onde há EJA, é eficiente para promover o \"feed-back\" para os alunos desta modalidade.O professor pode argumentar em favor do progresso mostrando ao aluno produções antigas realizadas comparando-as as atuais. Essa prática serve de estímulo para ambos e justifica a continuidade, podendo, inclusive, apontar caminhos para continuidade do processo de aprendizagem.

Me surpreendi com os estudos sobre como se dá a aprendizagem na EJA, e no trabalho com adultos, e achei interessantíssimo o questionamento de Emília Ferreiro \\\"Não será possível considerar uma ação alfabetizadora que tome como ponto de partida o que estes adultos sabem, em lugar de partir do que ignoram?\\\"; pois trata-se de iniciar um trabalho já apostando em cativar, incentivar e valorizar o aluno para que ele se sinta impelido a buscar mais sobre o que já conhece.

Linguagem e Educação
A fala a escrita e a leitura não ocorrem sempre do mesmo jeito. O que se pode perceber que estas práticas se diferenciam estabelecendo uma relação direta entre o os interlocutores e o meio onde elas estão ocorrendo. Isso desestabiliza a “ideia de "uma" língua padrão, como se essa não sofresse alterações socioculturais. Essas variedades manifestam-se tanto na linguagem oral, quanto na escrita...“ (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002), constituindo, na verdade “falas” que de pertencimento de determinados grupos em determinado tempo. “As condições de produção do discurso - o contexto de uso da linguagem, o lugar do qual falamos, o interlocutor - interferem na seleção do conteúdo (o que dizer) e das estratégias do dizer (como dizer).O discurso sofre controle exter¬no e interno dentro de sistemas de apropriação, doutrinas e sociedades de discurso, sendo que as proibições podem ser sobre o assunto a ser explorado, a circunstância de fala, os sujeitos envolvidos” (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002).

A escola precisa reconhecer essas diferenciações na fala e na escrita e abrir espaço para que tal multiplicidade ocorra também em sala de aula. O aluno precisa reconhecer a existência da linguagem acadêmica, porém a academia também precisa abrigar as diferenças sociais que abarcam costumes e “falares” distintos.

Didática Planejamento e Avaliação
Esta interdisciplina permeou e alicerçou todas as demais estudadas neste semestre.
Elaboramos ainda um Plano de Aula em conjunto com Linguagem e Educação e por fim um fechamento com questões éticas do professor.
O principal componente estudado foram os Temas Geradores.
Ao refletir sobre as observações de Paulo Freire sobre a importância do uso dos Temas Geradores na prática pedagógica em sala de aula, observa-se a necessidade de ligar a aprendizagem do aluno à sua vida cotidiana, às suas vivências e anseios, tornando-a significativa, para que ele entenda a importância de aprender e de reconstruir o que já sabe.
Para Paulo Freire o sujeito ao se alfabetizar, além de decifrar as palavras deveria entendê-las, no seu contexto de vida. Por esse motivo ele elaborou uma proposta pedagógica utilizando os temas geradores.
Trabalhar com a proposta de tema geradores de Freire é pensar na identidade do aluno adulto, é trabalhar conteúdos sem que estes sejam a verdade absoluta, é estabelecer as relações entre a aprendizagem da escola e a da vida, enfim é alfabetizar e letrar considerando as diferentes culturas. Ele não acreditava em uma alfabetização onde o sujeito apenas decifrasse a leitura e a escrita sem observar aí uma finalidade, uma tomada de consciência sobre a sua própria condição e aprendizagem.
Os temas geradores, ao contrário das antigas cartilhas que repetiam palavras com as mesmas sílabas e que não tinham o menor sentido para quem estudava, partem de palavras que fazem parte do cotidiano dos alunos, trazendo a sua realidade para a sala de aula, para ser explorada, discutida e problematizada. A importância é que além do aluno começar a compreender o mundo da leitura e da escrita partindo de um conhecimento que já tem, ele percebe a significação dela em sua vida e nesse momento refaz a própria aprendizagem, tomando consciência de si e do coletivo de das necessidades aí envolvidas.
Trabalhar com a proposta de Freire é resignificar a aprendizagem para o aluno e torná-la importante para a vida, para o mundo e não somente para a escola.

Educação em Libras
Nesta Interdisciplina conhecemos a comunidade dos surdos que integram um grupo cultural específico e assim possuem sua própria língua: a Libra.
As propostas de ensino devem adequar-se aos alunos surdos, às suas necessidades e a sua realidade. Neste sentido, o modelo educacional adotado deve considerar a cultura, a língua e a identidade do sujeito surdo. As mudanças devem iniciar pela estruturação do ensino que deveria ser feita por professores surdos, pois por vivenciarem as mesmas necessidades e experiências que os alunos podem indicar o que melhor se aplica para propiciar o desenvolvimento de suas habilidades, além de servirem como “espelho” para os alunos. Para o surdo a comunicação acontece pelo visual e pelos sinais. O oralismo puro, que se baseia na língua oral como única forma de comunicação como modelo educacional resultou em fracasso. Para os surdos a comunicação deve ser através da leitura e interpretação dos lábios, ou, o bilingüismo, que propõe o acesso dos surdos às duas línguas: a de sinais e a língua nacional que pode ser oral ou escrita, no contexto social e escolar, que precisa começar com a língua de sinais e depois a nacional, porém esta modalidade ainda não cria uma identidade própria. O ideal seria a implantação de uma Pedagogia Surda, que valorize a cultura visual do surdo e que fosse aplicada por conhecedores da língua de sinais e das necessidades destes alunos, preferencialmente professores também surdos. A inclusão de alunos surdos em escolas públicas necessita de muitos recursos, adaptações e principalmente mudanças para que as necessidades totais destes alunos sejam atendidas e possam desenvolver todas as suas potencialidades.

Eixo VI


Seminário VI

As discussões feitas sobre as teorias pedagógicas, metodologias e concepções sobre o processo de aprendizagem trouxeram novas discussões sobre as atividades pedagógicas e surge uma proposta metodológica para provocar uma mudança na escola: os Projetos de Aprendizagem.
Projeto de Aprendizagem é uma proposta de trabalho que nasce dos interesses e necessidades dos alunos buscando saciá-las de forma autônoma.
Através das situações de confronto e de um princípio de liberdade e interação os alunos constroem seus novos conhecimentos.
Aos professores especialistas, cabe mediar, acompanhar e desafiar os alunos para novos pontos de vista.
O professor mediador precisa deixar de ser o centro da atenção e razão das aprendizagens abrindo espaço à participação, favorecendo a autonomia mantendo vivos o interesse e a atenção dos alunos.
Essa mudança é complexa, pois vão mudar a base teórica dos educadores.
Ao mediador cabe abrir novos caminhos frente a questões desafiadoras que vão gerar novos conteúdos, que depois de explorados, possibilitam a construção de novos conhecimentos.
O encadeamento e sucessão de pergunta, resposta, nova hipótese, nova pergunta, dá coerência e unidade ao interrogatório cooperativo.
Os questionamentos mudam sua função em sala de aula e vão além de perguntas que buscam o que está na memória. Irão desestabilizar provocar discussões, reflexões, análises e críticas, sendo isso essencial para a formação do cidadão.

Desenvolvimento da aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II

Falar de inclusão é novo para a maioria de nós, mas tem a ver com o assumir a saída de uma posição passiva e automatizada frente a aprendizagem, pensando assim, todo o sujeito é capaz de se apropriar ativamente do próprio saber, de maneiras distintas para todos, sejam portadores de NEE ou não. Tomando conta das próprias capacidades todos podem produzir conhecimentos resignificando-os em novos conhecimentos.

Socialização não é simplesmente tolerar a presença do outro. Ela exige, através de construções cognitivas a compreensão da relação com o outro. Incluir não é portanto somente propiciar o acesso do aluno NEE na escola, é também e principalmente ver o outro em sua condição humana, como um semelhante dentro das mais absolutas diferenças.

Deficiência não é sinônimo de incapacidade. O papel do professor nesses casos é de fazer o aluno perceber quais as suas capacidades: como consegue pensar, como realiza suas ações, como interage com o outro..., enfim, propiciar as condições para que o aluno construa sua inteligência dentro do quadro intelectual que lhe é possível.

Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais

Falar de inclusão é novo para a maioria de nós, mas tem a ver com o assumir a saída de uma posição passiva e automatizada frente a aprendizagem, pensando assim, todo o sujeito é capaz de se apropriar ativamente do próprio saber, de maneiras distintas para todos, sejam portadores de NEE ou não. Tomando conta das próprias capacidades todos podem produzir conhecimentos resignificando-os em novos conhecimentos.

Socialização não é simplesmente tolerar a presença do outro. Ela exige, através de construções cognitivas a compreensão da relação com o outro. Incluir não é portanto somente propiciar o acesso do aluno NEE na escola, é também e principalmente ver o outro em sua condição humana, como um semelhante dentro das mais absolutas diferenças.

Deficiência não é sinônimo de incapacidade. O papel do professor nesses casos é de fazer o aluno perceber quais as suas capacidades: como consegue pensar, como realiza suas ações, como interage com o outro..., enfim, propiciar as condições para que o aluno construa sua inteligência dentro do quadro intelectual que lhe é possível.

Questões étnico raciais

Em determinado momento a Interdisciplina de Etnias propunha a realização, no âmbito escolar, de uma entrevista com alunos negros e a posterior identificação das Dimensões associadas conforme o texto de Marilene Leal Paré .

Ao realizar as entrevistas percebi um universo escolar do qual, como aluna branca, nunca havia me dado conta, o da discriminação.

Sempre acreditei que conviver era algo inerente e natural ao ser humano, e que sendo dessa forma, as relações se estabeleceriam apenas por afinidades que passassem muito mais pelas características de personalidade do que pela cor de pele do outro.

Este assunto percorre os corredores escolares de forma velada, sem muitos alardes, mas é sentido de uma forma bastante sofrida, na maioria dos casos.

As entrevistas realizadas não serão publicadas neste ambiente, porém, me chocaram e mecheram com algumas questões que nem eu mesma sabia estarem adormecidas em mim.

Crianças revelando sua tristeza em permanecer na escola em virtude da discriminação diária sofrida através de apelidos pejorativos ou outras que negam sua etnia dizendo-se branca ou escurinha.

Considero muito relevante que nós educadores tomemos consciência da necessidade da discussão das questões raciais que permeiam o ambiente escolar, para que elas finalmente se solucionem e possam refletir em nossa sociedade.

Nossos alunos negros tem o direito de ir e vir tranquilamente e de se sentirem bem em qualquer ambiente por eles freqüentado.

Está na hora de abrirmos a boca para falar de negritude, de sua beleza e de sua importância para enfim desvelar os corredores escolares.

Filosofia da Educação

Na Interdisciplina de Filosofia da Educação exercitamos o entendimento de premissa, réplica e argumento, na Interdisciplina de Filosofia
Segundo Jean Piaget “... o conhecimento tem início quando o recém-nascido age assimilando alguma coisa do meio físico ou social. Este conteúdo assimilado, ao entrar no mundo do sujeito, provoca, aí, perturbações, pois traz consigo algo novo...”, e é a reflexão sobre o que se conhece que permite perceber o que necessitamos ou o que ainda queremos conhecer.“... O professor construirá, a cada dia, a sua docência dinamizando seu processo de aprender. Os alunos construirão, a cada dia, a sua discência, ensinando, aos colegas e ao professor, novas coisas.”.

Para Piaget o desenvolvimento moral ocorre por meio das relações do indivíduo com o seu meio, envolvendo aí regras, autoridade e respeito, assim o desenvolvimento moral ocorrerá pela evolução da autonomia e da heteronomia - etapa do desenvolvimento moral em que são introduzidas normas sociais para as crianças -, chegando então a autonomia moral que permite que a pessoa reaja a partir de uma norma, mas tendo consciência reflexiva para avaliar o seu contexto.

Somente através da educação que promove a própria construção moral é que se transformam as diferenças sociais, e se transmite a idéia da unidade humana. A escola tem a capacidade de fomentar a reflexão sobre os próprios atos, sejam eles direcionados sob as mais diferentes hipóteses que abrangem as relações humanas.

O aluno só alcançará a autonomia moral quando tiver desenvolvido o exercício das relações interpessoais e de respeito, e esse lugar é fundamentalmente a escola, visto que ela reproduz a sociedade e que também a influencia. A heteronomia, baseada na argumentação, precisa ser trabalhada com a criança, pois será base para a ação moral.


É importante construir uma moral autônoma, baseada em relações de reciprocidade e respeito mútuo, para que o indivíduo se integre positivamente no seu contexto social. Ao se sentir valorizado ele influenciará as gerações futuras na prática da autonomia moral, da criticidade e do respeito mútuo.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

EIXO V


A interdisciplina de Seminário Integrador V propôs cofeccionarmos uma tabela na qual explicitaríamos as atividades realizadas diariamento em nosso cotidiano, assim como o tempo destinado a cada uma delas.
Ao realizar esta atividade me chamou atenção de como minha vida esta voltada para o trabalho ou estudos e como delego pouco tempo para lazer ou família, ou pelo menos muito menos tempo do que eu imaginava delegar.
Temporariamente não encontro outra forma de gerenciar minhas atividades cotidianas, apesar de que gostaria de ter mais tempo em minha vida para diversão.
Psicologia da vida adulta
Segundo Erikson, a conquista de nossa identidade se dá ao longo de toda nossa vida, à medida em que vamos experienciando e nos socializando.
Isso nos permite percebermos de maneira mais clara quem somos e o que queremos ser.
Acredito que esta intenção está diretamente relacionada às vivências sociais que tivemos ao longo de nosso percursso.
Gestão democrática
A Gestão democrática possui instâncias de funcionamento: a dimensão financeira, que se dá através dos repasses regulares de verbas para aplicação nos recursos desejados pela escola e posterior prestação de contas para a mesma; a dimensão administrativa, com o planejamento participativo, a eleição de diretores, o funcionamento do Conselho Escolar e as agremiações, associadas ao trabalho da escola; a dimensão pedagógica, que evolve o Projeto pedagógico e as ações realizadas para que o mesmo seja alcançado pedagogicamente; a dimensão relacional, que constitui do eficiente relacionamento com o sistema, com outras redes de ensino e instituições envolvidas com a educação que podem auxiliar a escola a colocar em prática seus objetivos expostos no Projeto Pedagógico.
Observo que ainda falta a consciência da comunidade, onde a escola que trabalho está inserida, da necessidade da sua participação de maneira mais efetiva. Há uma falta de apropriação por parte desta, da exposição de seus desejos, da participação constante nos processos escolares e acompanhamento das programações do calendário escolar.
Existe ainda a questão dos recursos insuficientes para a educação, o que ocupa grande parte do tempo dos discentes, que precisam se preocupar com a elaboração de formas para angariar e garantir a estabilidade financeira da escola. Também nesse sentido, me chama a atenção o grande número de colegas educadores que se desdobram em uma jornada de sessenta horas semanais de trabalho, pois os salários da categoria ainda são baixos. E nesse sentido acabam prejudicando a pesquisa, o desenvolvimento e o envolvimento dos profissionais de maneira mais harmônica, como requer a educação.
Através do que foi visto até agora, acredito que falta uma tomada de consciência da população no sentido de exige a implementação das políticas públicas. Isso acontecerá através da participação democrática, a iniciar pelo ambiente de nossas salas de aula. Aprendendo a participar criticamente do seu próprio processo de aprendizagem o indivíduo cria o hábito e vê a necessidade de fazê-lo em todas as dimensões de sua vida.
Pensando sobre Karl Marx e István Mészáros
Durante a interdisciplina de Escola, cultura e Sociedade, fomos comvidados a pensar sobre as idéias do filósofo e historiador Karl Marx e de Mészáros, e à partir daí tecermos um comentários sobre como percebemos a escola na atualidade.
Marx acreditava que a união entre trabalho produtivo e remunerado, instrução intelectual, exercício físico e treinamento politécnico elevariam a classe operária acima das classes superiores e médias.
Pensava que os trabalhadores operários vendiam sua força de trabalho para uma classe dominante, tendo uma dura jornada de trabalho sem tempo e sem condições para refletir sobre seu estado e promover mudanças.
István Mészáros propõe o pensar sobre a educação para além do capital. E que, a fragmentção que não permite ao homem dar-se conta do todo, e a partir deste todo, reelaborar suas idéias.
Neste país, para muitos operários, o buscar o conhecimento ainda é motivado única e exclusivamente para a manutenção de seus empregos. Vão para cursos noturnos cansados, após uma exaustiva rotina de trabalho, não percebendo que ali talvez se encontre sua única perspectiva de mudança.
A escola, servindo ao sistema, também fragmenta o conhecimento em pequenos compartimentos de acordo com aquilo que julga ser interessante ao seu aluno aprender. Falta exonomia na carga horária das disciplinas, falta articulação entre as mesmas, falta fazer o educando dar-se conta do todo.
Estudar Marx e Mészáros é repensar no que estamos reproduzindo no espaço escolar, e o que desejamos para o mesmo. É repensar idéias, tempos e espaços.
Concepções e normas de currículo e de avaliação
Na interdisciplina de Organização do ensino Fundamental, realizamos um quadro de levantamento de dois documentos do currículo escolar: o Projeto político pedagógico e o Regimento escolar, da escola na qual atuamos.
O PPP trata das concepções escolares, a partir da análise da realidade da mesma, e conclui com o que deseja, aquela comunidade, que seja articulado dentro deste espaço.
O Regimento escolar aborda as normas que devem ser seguidas para atingirmos os objetivos apontados no PPP.
Refletindo sobre tais questões, posso perceber que a educação está passando por um momento muito singular, no qual, todos os envolvidos estão procurando soluções e caminhos para tornar o aprender prazeroso, mas acima de tudo significativo. Há avanços constantes na busca do sucesso em nossas escolas e muito ainda precisa ser feito, mas o mais importante é que finalmente estamos problematizando, discutindo pensando e falando sobre educação.
Acredito que a unidade escolar deva ter mais autonomia, que mesmo devendo se reportar à mantenedora, deva ser capaz de elaborar sua dinâmica e adaptar suas decisões de acordo com a comunidade na qual se insere. Atualmente, sou supervisora, e não consigo sentar com professores para elaborarmos projetos pedagógicos e praticas que atendam as necessidades dos nossos alunos, pois destino a maior parte do meu tempo preenchendo papéis ou em reuniões coma a mantenedora, deixando assim, na verdade, a escola acéfala desta função.
Penso que isso de deve, também, porque a mantenedora também está aprendendo a abrir-se para a participação do coletivo.

EIXO IV



Neste eixo a interdisciplina do Seminário Integrador trouxe a tônica do que seria o foco do semestre e que, futuramente, nortearia também o restante da graduação: a capacidade de formular e estimular a indagação.
Sabemos que a pergunta é a iniciativa de apropriação de algo pelo sujeito e que é inerente 'a construção do conhecimento. O fato do professor de estimular e valorizar o ato da pergunta está diretamente relacionado 'a construção da criticidade que tanto queremos.
A pergunta também pode ser um indicativo para o docente de o quanto ele está em sintonia com os interesses de seus alunos..
A busca de atualização e aperfeiçoamento está diretamente ligada 'a nossa capacidade de questionamento.
Atividade de Estudos Sociais
Na interdisciplina Representação do mundo pelos Estudos Sociais, realizei uma atividade na qual refletia sobre minha prática em sala de aula e a importância de se ensinar/aprender História e Geografia. Neste momento me dei conta de quão mais fácil se torna instigar alunos à criticidade se planejarmos nossas ações em sala de aula partindo dos "interrogantes do presente" surgidos das concepções trazidas pelos próprios educandos.
Conhecimento dos objetos
"O conhecimento, segundo Piaget, não é uma cópia da realidade. Não resulta de olhar e fazer simplismente uma cópia mental, uma imagem de um objeto. Para conhecer um objeto, um fato, é preciso agir sobre ele, modificá-lo, transformá-lo, compreender o processo dessa tranformação e, como conseqüência entender a maneira como o objeto é constrído."(Léa da Cruz Fagundes)
A experência com luz e sombra que realizamos com os alunos na Interdisciplina de Ciências,reflete muito bem a importância da manipulação de objetos concretos como forma de apreensão dos mesmos. Quebrei a cabeça e fiquei encantada como os alunos sentiram-se desafiados ao manipularem figuras simples e com elas formaram inúmeras possibilidades que só através da ação sobre o objeto foi possível.
O Tempo e o Espaço- uma construção preparada
Conhecer que a noção de espaço e tempo pela criança é algo que exige uma preparação que deve ser provocada intencionalmente em sala de aula foi uma descoberta muito enriquecedora para minha prática.
Saber que as etapas da construção da noção de espaço passa pelo espaço perceptivo, representativo, intuitivo, para só então chegar no operatório, com faixas etárias correspondentes é, para mim visualizar soluções para diversos problemas de aprendizagens da sala de aula. Como por exemplo: um aluno com dificuldades matemáticas pode não ter realizado atividades suficientementes relevantes para o desenvolvimento de seu espaço operatório. Fato esse, que também justifica a impotância de trabalharmos interdisciplinarmente em sala de aula.
Assim, também na construção do tempo físico e histórico. Essas dimensões são elementos fundamentais para o entendimento pelo aluno de uma dimensão contínua, o que permitirá a ele identificar-se como elemento constitutivo da história.
TICS - TEXTO COLETIVO
Após diversas tentativas frustradas de me cadastrar em um grupo, recebi ajuda da colega Sheila, que me instruiu como deveria iniciar um texto no ETC.
Sendo assim, iniciei minhas considerações pensando justamente na importância da cooperação e da interatividade nas relações de aprendizagens que construimos ao londo de nossa vida.
Que o pertencimento a grupos é da natureza humana, e é assim que nos completamos e respondemos nossas necessidades de sobreviência, nas mais diversas situações cotidianas. É também o grupo que nos permite a indudualização, através das nossas mais variadas reflexões, pois assim nos reconhecemos e formamos nossa identidade.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O pedagógico e a política



A interdisciplina SI III possibilitou uma reflexão sobre nossos momentos de aprendizagens, e o estabelecimento de uma relação de todas as interdisciplinas que estão sendo estudadas e nossa prática cotidiana. O registro destas relações me faz perceber de maneira mais clara as a distância ou a proximidade entre a teoria e a prática. Aliás, Seminário Integrador em todas as suas edições buscou que se realizasse de maneira reflexiva e interdiciplinar uma análise sobre o que se aprendeu, para que serviram tais aprendizagens e como irão interferir na práxis no espaço escolar.
A interdisciplinade EPPC me fez repensar a vivência escolar e o que observo dento daquilo que os professores esperam em termos de escola ou ideais de educação. A distância existente entre o currículo aplicado nas escolas e as reais necessidades da comunidade na qual está inserida. Segundo Paulo Freire, os professores devem assumir um papel responsável na formação dos propósitos e condições de escolarização. Essa responsabilidade acaba se perdendo no excesso de carga horária trabalhada, que é gerador de desânimo, acomodação, cansaço, sentimento de impotência e por fim, pouco tempo para reuniões que levem à crítica reflexiva das condições e frutos da sua intervenção profissional.
Como professora acredito que, todos nós educadores, possuímos um ideal comprometido com a pesquisa e a transformação. Nos falta, com certeza, é tornar o pedagógico mais político e o político mais pedagógico e pensarmos, juntos, meios que possibilitem a mudança educacional necessária, idealizada por Paulo Freire.

Artes e brincadeiras no terceiro trimestre


No terceiro trimestre tive um total de sete disciplinas que se apresentaram voltadas para a organização escolar e a importância das artes e da brincadeira na escola não só como forma de enriquecer o aprendizado mas, principalmente, como promotoras do conhecimento.
A interdisciplina de Teatro na Educação me permitiu experienciar uma possibilidade lúdica de estimular as potencialidades reflexivas e críticas dos alunos. Como professora, busquei incentivar essas características nos educandos. Descobri que através da utilização do teatro – com suas técnicas de desinibição, da improvisação, do discurso espontâneo – isso seria possível. Talvez, seja esta uma solução para um problema sério do sistema educacional brasileiro.
A interdisciplina de Artes possibilitou-me conhecer diferentes produções artísticas realizadas ao longo da história da humanidade, e, por fim, estabelecer um paralelo – visita à Bienal – com o que é arte e o que costumamos chamar de arte.
Pude observar que a arte está mais presente no cotidiano escolar do que imaginava e o quanto é importante para o aluno um professor que reconheça sua livre expressão como um trabalho artístico.
A música está presente em nossas vidas do ventre materno até a nossa morte. Ela está ligada a condição humana como seu complemento.
As vezes, não sabemos explicar porque possuímos essa ligação tão íntima com uma determinada melodia, mas é através dela que damos formas aos sentimentos, pois ela nos apresenta "um tempo anterior à possibilidade de expressão verbal".
Esta interdisciplina possibilitou tais reflexões como também, a importância, para o aluno e professor, a diferenciação entre ritmo, compasso e melodia, inclusive para as futuras aprendizagens no que tange a matemática.
A interdisciplina de Literatura me possibilitou perceber as dimensões de um poema, os tempos e espaços da narrativa e, principalmente, o quanto é importante utilizarmos em sala os textos originais dos autores, pois, contos são criações populares, feitas por pessoas anônimas, transmitidas oralmente, de geração para geração, pela própria memória do povo, retratando a sociedade da época, e isso, muitas vezes não se manteve preservado. Cada um que contava a historia repetia e / ou criava elementos, acrescentando, modificando e dando uma nova interpretação ao mesmo conto, se baseando em sua história de vida e nas dos outros, partindo de um processo de criação individual, porém tais transformações, muitas vezes, acabam por não atender as intenções originais das narrativas.
Na interdisciplina de Ludicidade pude aprender a real importância das brincadeiras para a criança. A brincadeira é um espaço de "mentira", no qual o sujeito têm o controle da situação. É através da experiência lúdica que a criança ou o adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral e descobrir seu "eu". É brincando que reconhecemos o outro na sua diferença e singularidade, e as trocas aí partilhadas entre os sujeitos irão embasar a maneira de ver e se relacionar com o outro e com o mundo.
O lúdico pode servir para dominar angustias e controlar os impulsos, assimilar sensações, estabelecer contatos sociais, satisfazer desejos, desenvolver habilidades, conhecimentos e criatividade.
Gostei muito das aprendizagens possibilitadas por esta interdisciplina.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Primeiro e Segundo Semestre em Pedagogia




Descrevo, neste primeiro momento, os dois primeiros semestre de maneira conjunta, pois foi assim, mesclados que se apresentaram em minha caminhada acadêmica.
No segundo semestre do ano de 2006, retornei ao trabalho, após uma licença gestante, e soube por colegas que estavam realizando um curso de Pedagogia à distância pela Ufrgs. Falavam das dificuldades que enfrentavam diante das novas tecnologias que lhes eram apresentadas. Fiquei interessadíssima. Não entendia direito o funcionamento do EAD e comentava com as alunas que para mim, que havia dado a luz a pouco essa modalidade seria perfeita, pois já havia iniciado outro curso superior, em uma faculdade particular, o qual tranquei em virtude da maternidade.
Alguns meses depois, essas mesmas colegas me avisaram que seria realizado um novo vestibular para que fossem preenchidas algumas vagas restantes no curso.
Resolvi me inscrever. Estava medrosa, pois havia muito que não participava de um vestibular, e este não era qualquer um, tratava-se da universidade tão sonhada por muitos e alcançada por poucos; a Ufrgs.
Estudei, prestei as provas e passei. Foi uma grande alegria para mim e minha família...
Inicialmente houve uma grande apreensão quando soube que iniciaríamos junto com as colegas que já estavam no curso e que aos poucos iríamos recuperando as cadeiras, uma a cada semestre. Não sabia se daria conta de tantas novidades que o curso trazia, agregadas ao meu dia a dia agitado e as noites sem dormir por ter um bebê pra cuidar.
Um dos primeiros desafios foi organizar minha rotina diária para apresentar aos professores a qual incluía um cronograma dos momentos dedicados aos estudos... Meus dias já eram tão agitados que parecia não sobrar tempo para mais nada... Bem como não sobrava mesmo tive que incluir os estudos, retirando dos momentos de lazer ou com a família.
Neste primeiro momento aprendemos sobre o surgimento da infância, os conceitos psicanalíticos de id, ego e superego e iniciamos o entendimento de como se dá a aprendizagem, sobre a cronologia histórica da escola e da educação. Aprendemos ainda sobre o que é alfabetização e o que é letramento, e, principalmente, como trabalhar com o computador, criando e editando páginas na internet. Estava exausta, mas maravilhada com as possibilidades que se apresentavam a minha frente.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O que nossos alunos leem?



Quinzenalmente me dedico a um curso de Letramento – alfabetização e linguagem, do Ministério da Educação e promovido pela Secretaria de Educação de São Leopoldo.
Em um encontro, dia desses, realizávamos um levantamento sobre nossas vivências infantis: quando e onde líamos, quem eram os mediadores, se frequentávamos bibliotecas ou se havia bibliotecas nas escolas onde tínhamos estudado.
Observamos que a grande maioria do grupo citou a escola como sendo a responsável pelos momentos de leitura aos quais havíamos vivenciado.
Seguimos nos questionando sobre o que se lê na escola? para que se lê na escola? e, em que condições se lê na escola?
Ao retornar tais reflexões para meu ambiente de trabalho – a escola – ouço uma fala comum na sala de professores, principalmente, nesta época de conselhos de classe: “nossos alunos chegam no quinto ano e não sabem ler, interpretar nem produzir textos.”
Ora, se sabemos que a função escolar reside não somente na alfabetização mas, principalmente, no letramento o que acontece quando há a constatação de que a leitura reflexiva não acontece?
Talvez precisamos repensar sobre o que é um leitor?
Segundo Ricardo Azevedo, leitores são “pessoas aptas a utilizar textos em benefício próprio,...seja como instrumento para ampliar sua visão de mundo, seja por motivos religiosos, seja por puro e simples entretenimento”. Talvez a escola necessite reconhecer as leituras que seus alunos realizam como sendo legítimas.
Referência:
AZEVEDO, Ricardo. Aspectos da literatura infantil brasileira hoje. In Revista Releitura, Belo Horizonte, 2001, nº15.
Disponível em: www.ricardoazevedo.com.br

Desenvolvendo a capacidade leitora




Propor um trabalho no sentido da formação de leitores é sempre um desafio. A leitura requer muito esforço, aprendizagem e acumulação, pois quanto mais capacitação mais prazer irá proporcionar. No dia 01 de junho tive a oportunidade de assistir uma palestra com Ricardo Azevedo, autor de diversas obras infantis, onde dizia que a formação de um leitor se dá quando as pessoas são capazes de utilizar os textos em benefício próprio.
A paixão pela leitura surge das simples descobertas. Entre elas, descobrir que as melhores coisas da vida não tem em si uma função, que somos diferentes, com características diferentes e assim o seremos, aprendizes, até o final da vida.
A leitura alimenta a capacidade de suportar os problemas através da leitura, pois sempre há um cantinho para onde se pode fugir em nossa imaginação. A cultura funciona como uma lente, nós vemos a realidade através de lentes culturais, e a ficção é uma forma de experimentar a realidade. A literatura é um artefato utilizado pelo ser humano para complementar os “buracos “ que criamos.
O professor se abastece de idéias na literatura, mas encontra dificuldades em tornar-se um mediador de leitura. A capacidade leitora, assim como a escrita, precisa ser desenvolvida na escola. A escola deve assumir sua função de treinadora e, posteriormente, de deleite requerido pela ação leitora.
As atividades diferenciadas, indo ao encontro das realidades do aluno, ajudam o educador nesse percurso. Ao se propor desenvolver a capacidade leitora o professor oferece ao educando um universo de descobertas e um refúgio na imaginação que será único e de acesso livre, sempre que o aluno desejar.

domingo, 30 de maio de 2010

Aprendendo com meus alunos



Gosto muito de citar Freire quando ele diz que “...não existe ensinar sem aprender e com isto eu quero dizer mais do que diria se dissesse que o ato de ensinar exige a existência de quem ensina e de quem aprende. Quero dizer que ensinar e aprender se vão dando de tal maneira que quem ensina aprende...observado a maneira como a curiosidade do aluno aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se..."(FREIRE, Paulo.1993), pois foi exatamente o que refletiu esta semana de estágio para mim.
Propus para meus alunos um passeio por alguns pontos de nosso município que culminaria ao final com uma visita dirigida com Hora do conto em nossa Biblioteca Pública Municipal Vianna Moog. Fomos ao Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, a Câmara de Vereadores e passeamos pela margem esquerda de Rio dos Sinos.
Ao chegarmos ao Museu recebemos uma pequena “aula” sobre a chegada dos imigrantes alemães e a história da formação desta cidade. Muitos alunos ficaram encantados com os armamentos e vestimentas utilizadas por nossos antepassados. E, para minha surpresa e também de meus alunos, estava lá, naquele espaço o piano no qual eu havia tido aula de Orfeão, durante o então Primeiro Grau, nos anos 70, na Escola Estadual Visconde de São Leopoldo. Tive uma sensação de euforia e alegria em um rápido resgate, naquele momento de minhas reminiscências.
Tiramos fotos na Praça do Imigrante e na Câmara de Vereadores , onde os alunos demonstraram interesse pelo local que à poucos dias atrás teve parte da comunidade escolar envolvida em um movimento, no local, pelo não fechamento das pedreiras situadas no Morro do Paula. (fato descrito em narração anterior).
Na biblioteca Municipal a visita também tornou-se bastante interessante, pois os alunos puderam visualizar outro espaço de leitura e compará-lo com o que possuímos em nossa escola.
Porém, considero que o principal momento de nosso passeio foi a passagem pelo Rio dos Sinos. Havia anos que eu não realizava uma caminhada pelo local. Sempre trabalhei com meus alunos a água como o centro das questões ambientais que assolam a humanidade. Falava da importância da preservação, etc, porém, talvez por estar há algum tempo na supervisão escolar perdi esse contato íntimo com o rio que durante anos só via nas passagens de carro sobre as pontes que o atravessam.
Faltam palavras para descrever a sensação que tivemos, meus alunos e eu, naquela margem. O cheiro exala uma mistura de esgoto, fezes e carniça. Enquanto eu chamava a atenção das crianças sobre as observações que gostaria que realizassem e fazia mediações nas falas por eles reproduzidas, um a um foram tapando o nariz com suas camisetas, ato repetido por mim ao final, pois foi insuportável permanecer no local de outra maneira...Muito triste constatar que o que debatemos em sala de aula possui uma realidade muito pior do quiçá imaginamos.
Ao retornar para a sala, trabalhamos com produções de poesias, onde a questão apareceu relatada de forma marcante pelos alunos.
Aprenderam eles, aprendi eu a importância das saídas de campo, de conhecer em loco o que tratamos em aula para que nossa fala tenha propriedade.
O melhor disso, foi que o aluno que possuí Síndrome de Williams e que do início do ano até o momento não havia dado material escrito de suas aprendizagens realizou uma produção de texto falando de sua experiência, o que foi comemorado como um grande progresso por mim e demais professoras envolvidas.
Como é bom ser professora!

Referência:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000200013&lng=en&nrm=iso&tlng=pt, acesso em: 19.04.2010;Carta de Paulo Freire aos professores
Esta carta foi retirada do livro Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar (Editora Olho D'Água, 10ª ed., p. 27-38) no qual Paulo Freire dialoga sobre questões da construção de uma escola democrática e popular. Escreve especialmente aos professores, convocando-os ao engajamento nesta mesma luta. Este livro foi escrito durante dois meses do ano de 1993, pouco tempo depois de sua experiência na condução da Secretaria de Educação de São Paulo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A biblioteca escolar


Ao me propor durante meu estágio despertar a capacidade leitora e escrita dos alunos com os quais trabalharia, sabia das dificuldades que enfrentaria e da importância de desenvolver o gosto nos alunos para que esta temporada fosse significativa e agradável.
Esta semana iniciamos com uma aula no interior da biblioteca escolar. Para minha surpresa, os alunos nunca haviam tido uma aula naquele lugar. Ao realizar a contação de história naquele ambiente foi se como todo o processo tivesse tomado uma proporção maior do que a imaginada. Após a contação os alunos ficaram livres para explorar qualquer material que lhes interessasse naquele espaço. Ressaltei que as explorações realizadas não seriam avaliadas posteriormente, que poderiam, inclusive, somente pesquisar gravuras.
A reação foi superior à esperada. Os alunos se interessaram muito pelas enciclopédias ilustradas, e naturalmente, passaram a realizar leituras dos assuntos aos quais se sentiram interessados. O manuseio correto do livro se aprende na prática e considero a escola a responsável por este aprendizado.
Pediram para que fossemos até aquele espaço semanalmente, o que acordei (na próxima semana, já me programei para realizá-lo na Biblioteca Pública Municipal Vianna Moog).
Ao retornar para a sala, cada aluno trouxe e apresentou para os colegas um livro que trouxe do seu acervo pessoal para nossa “Sacola Mágica”. Esta sacola tem caráter itinerante. Cada aluno leva para casa num dia e retorna no próximo, ficando responsável pela mesma. O conteúdo da sacola não será cobrado em avaliações pela professora.
Gostaria de ressaltar os resultados desta “Sacola Mágica”; ao levarem para casa acabei por envolver também a família com o conteúdo da mesma. Não foram raros os relatos de alunos que tiveram que dividi-la com os pais que se interessaram principalmente pelos livros de conhecimentos gerais que coloquei ali.
Sabemos que a leitura e a escrita não são dois fatos isolados e que os livros são os responsáveis por despertar a criatividade e emoção induzindo assim o gosto pela atividade de leitura.
Os alunos precisam manusear os livros, tendo à mão lápis e papel para realizarem suas anotações, estas práticas são aprendidas na escola. Para muitos, a escola é o ambiente no qual mais terão contato com materiais e ambiente de leitura. A escola é a grande biblioteca para os alunos da atualidade.
O professor, então, desempenha a função de apresentar, ajudar a escolher e estimular a leitura de alguns livros. Ele ensina também a maneira de ter acesso aos livros, por meio das bibliotecas. A biblioteca é o centro cultural da escola.
Assim, a biblioteca escolar deve ser um lugar em que se possa respirar cultura e também produzi-la. Há a necessidade de um ambiente organizado para fins de leitura. Devemos oferecer à criança os variados materiais da biblioteca e deixar que ela se aproprie daquele que mais lhe interessa, pois manuseando o livro ela sentirá vontade de explorá-lo.
“Aprender a ler não é uma atividade natural para qual a criança se capacita sozinha. Entre livros e leitores há importantes mediadores” (PRÓ-LETRAMENTO, p.26, 2008)
Para que haja êxito na formação do leitor, precisamos efetivar uma leitura estimulante, reflexiva, diversificada, crítica, ensinando os alunos para viverem melhor.
Precisamos trabalhar com a variedade de textos que circulam na sociedade, pois o significado do texto é construído pelo leitor a partir da ativação de seus conhecimentos prévios e, a leitura é uma prática social fundamental para entender melhor o mundo.
Para muitos a escola é o ambiente no qual mais terão contato com materiais e ambiente de leitura, e o professor desenpenha, então, a função de apresentar, ajudar a escolher e estimular a leitura de alguns livros.
Em sala, a leitura e a escrita precisam ser planejadas como atividades cotidianas onde o professor pode realizar uma contação, usar as histórias como estímulo para outras atividades ou, simplesmente, elaborar uma atividade de leitura que se encerre em si.
Durante a leitura o aluno amplia seus conhecimentos e os reconstrói a partir de novas possibilidades exploradas. É assim também com a ortografia. O aluno precisa ter ao seu alcance, na biblioteca ou em sala um dicionário para que possa explorar e ampliar seu vocabulário, adquirindo a capacidade de inferir novos significados ao seu objeto de leitura.
Quanto maior o número de cognições o aluno for capaz de realizar a partir do que é lido, mais conhecerá o assunto do texto e poderá refletir sobre elas.
Ao manusear o dicionário o aluno ira explorar outras possibilidades de utilização das palavras, com distintos significados e inclusive descobrindo ali palavras que elas não podem ou não devem pronunciar como palavrões, palavras relacionadas ao seu corpo ou, até mesmo à sua sexualidade. Ele acaba percebendo que o dicionário é um forte aliado para ampliar seus conhecimentos.

Referência
PRO-LETRAMENTO: Programa de formação continuada de professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental: alfabetização e linguagem. Ed. Secretaria de Ed. Básica – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2008.

domingo, 16 de maio de 2010

O que a UFRGS me ensinou



Para Piaget o equilíbrio entre assimilação e acomodação resulta no desenvolvimento intelectual. “Cada passo à frente no desenvolvimento intelectual exige aplicação do que já é compreendido, seguida por um ato de ajustamento no qual o conhecido é modificado pelo desconhecido” (p. 129).
Ele pensa o homem como um ser essencialmente social e que não pode ser pensado fora do contexto da sociedade.
Para Vigotsky a aprendizagem se dá através da relação do indivíduo com o seu meio, e a interação do sujeito com o mundo se dá pela mediação feita por outros sujeitos.
O processo de socialização é uma marcha para o equilíbrio, de origem biológica, pois todo sistema vivo procura o equilíbrio para chegar à adaptação. A necessidade de equilíbrio é decorrente também da em sociedade, em grupos.
Segundo Erikson, a conquista de nossa identidade se dá ao longo de toda nossa vida, à medida em que vamos experienciando e nos socializando.
Isso nos permite percebermos de maneira mais clara quem somos e o que queremos ser.
Acredito que esta intenção está diretamente relacionada às vivências sociais que tivemos ao longo de nosso percursso. O ideal seria termos a experiência e aceitação da velhice durante a puberdade, mas infelizmente as etapas não acontecem desta maneira...
Custei a dar-me conta do que me faltava neste período de estágio. Pensava que algo estava faltando...incompleto. Recorri então às minhas aprendizagens realizadas até o momento nesta graduação.
Li, reli e ao deparar-me com o manual básico da Pedagogia que são seus pensadores dei-me conta do que estava diferente: não estava trabalhando em grupo de colegas...
Nesses anos de formação, lembro que inicialmente, me incomodava quando os professores organizavam trabalhos em grupo, pensava: “como vamos nos organizar se não nos encontramos...” ou “ não tenho tempo pra me reunir com colegas...”. Pois bem, eu mudei. Quando realizei minha postagem neste blog em 17.06.2009 já escrevia que “ a grande aprendizagem me surgiu de uma maneira surpreendente: eu não sabia ouvir meus colegas e tirar das suas idéias meandros que reconstruíssem minha aprendizagem.” http://peadportfolio164263.blogspot.com/2009/06/aprendizagem.html
A UFRGS me ensinou isso: ao trabalhar com o outro reconstruo minhas certezas.
Acostumei a, diariamente, recorrer as colegas com as quais trabalho e que também estudam comigo, para trocar assuntos afins. Porém o estágio é diferente. Cada uma constituiu seu projeto, de acordo com as características próprias da sua turma, e as necessidades destas segundo suas percepções. Nossas trocas ficam no campo dos relatos do que estamos realizando, o que deu mais ou menos certo e o que pretendemos incluir até o final deste período.
É claro que essa prática também se constitui como aprendizagem e que teremos de achar um novo caminho para nossos embates teóricos... Talvez se pudesse pensar um estágio em duplas ou trios...não sei. O fato é que sinto falta das minhas colegas de grupo pois sei que aprendo com elas.
Quanto à minha prática esse fato resultou em mais uma aprendizagem: o aluno só alcançará a autonomia quando tiver desenvolvido o exercício das relações interpessoais e de respeito, e esse lugar é fundamentalmente a escola, visto que ela reproduz a sociedade e que também a influencia.
É importante construir relações de reciprocidade e respeito mútuo, para que o indivíduo se integre positivamente no seu contexto social. Ao se sentir valorizado ele influenciará as gerações futuras na prática da autonomia moral, da criticidade e do respeito mútuo.
O processo de socialização é uma marcha para o equilíbrio, de origem biológica, pois todo sistema vivo procura o equilíbrio para chegar à adaptação. A necessidade de equilíbrio é decorrente também da vida social.

Referência:
http://paulo-v.sites.uol.com.br/textos/public2.htm, acesso em 16.05.2010.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pesquisando com os alunos



Nesta experiência de estágio me propus a enfrentar um dos grandes desafios dos professores e da escola na atualidade: propiciar atividades que tornem meus alunos leitores e produtores de textos com um olhar reflexivo e crítico.
Como alunos do quinto ano, estes já decifram com certa facilidade, em sua grande maioria, o sistema de escrita alfabético. Porém percebo que isso, por si só, não é o suficiente para tornarem-se leitores e produtores de textos como objetivo nesta pesquisa.
“ De fato, mesmo lendo um texto ou um parágrafo de modo fluente, temos muitas vezes dificuldades de entender o que foi lido ou vemos essa dificuldade explicitada em nossos alunos.” ( KLEIMAN, 1993) Diante disso, cabe ao professor propor vária atividades distintas que levem à constituição de um leitor autônomo, que faz da leitura uma ação consciente e reflexiva.
Pensando sobre minha prática, vejo o quanto é necessário que os alunos estejam envolvidos e conheçam bem o assunto sobre o qual propomos a leitura. Há necessidade de debates e plenárias em sala, para ao ouvir o outro, o aluno recrie suas própria cognições sobre cada assunto trazido para a aula.
Nesta semana iniciei o trabalho com pesquisa na internet, no EVAM (espaço virtual de atividade multimídia) da escola, para isso sugeri que deveriam procurar uma mensagem para escrevermos no presente que preparávamos para as mães.
Na seleção de pesquisa o alunos entra em contato com diversos materiais, selecionando o que serve para o tema estudado e descartando o que não serve. Durante o processo anota, lê, escreve, interpreta e revê suas aprendizagens. Percebi ainda o quanto utilizar as multimídias motivam os aprendizes e produzem ampla interação das percepções que possuem sobre suas experiências.
É claro que não adianta somente o espaço alfabetizador, são necessária as intervenções do professor no sentido de problematizar e propor novas “teias” de aprendizagem. Nós professores somos responsáveis pela articulação das atividades a serem propostas para compor o trabalho de ensinar, e dentro delas, certamente, a pesquisa é uma forte incentivadora da atividade reflexiva.

Referência:
KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura:teoria & prática. São Paulo: Pontes; Editora da Unicamp, 1993.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O inesperado em sala de aula


Quando lidamos com pessoas há que se ter o desprendimento e a percepção de que somos mutáveis. Nossa transformação é constante e vem na exata proporção de nossas aprendizagens. Aconteceu comigo esta semana.
Durante o planejamento da minha primeira semana de estágio, estava no cronograma escolar a apresentação de um teatro com o tema abordando o descobrimento do Brasil, os índios e o desmatamento.
Incluí esta atividade em meu planejamento semanal, considerando-a como ponto de partida para diversos questionamentos que seriam abordados com a turma 5 A 1, na qual estagio. No dia esperado, ao chegar na sala os alunos estavam muito motivados e ansiosos para assistirem à peça. Brincamos, conversamos e houve um aprofundamento inicial sobre a questão indígena.
Porém, para surpresa de todos, o grupo de atores não conseguiu montar o cenário do espetáculo conforme o esperado e, sendo assim, optaram por não realizar a apresentação.
Decepção para os alunos, trabalho e criatividade extra para os professores.
Nossa turma resolveu debater o fato e apontar possíveis soluções que os atores poderiam ter adotado.
Não é todo o dia que isso acontece, mas a escola é assim: um organismo vivo, pulsante, mutável e surpreendente.
Planejar é extremamente importante para que se saiba exatamente o que se deseja e qual o caminho que deve ser percorrido para atingir os objetivos. Ao refletir sobre o fato chego a conclusão que ser professor é estar aberto ao inesperado da vida e dar-se conta de que lidamos com o inacabado e, por isso mesmo, somos surpreendidos diariamente. Não há rotina por mais que se programe um dia letivo. Cada dia ocorrerá a sua maneira e aprender e ensinar a lidar com isso faz parte de nossa profissão.
Segundo Paulo Freire, "...não existe ensinar sem aprender e com isto eu quero dizer mais do que diria se dissesse que o ato de ensinar exige a existência de quem ensina e de quem aprende. Quero dizer que ensinar e aprender se vão dando de tal maneira que quem ensina aprende...observado a maneira como a curiosidade do aluno aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se..."(FREIRE, Paulo.1993), observar o que acontece com o outro, estar preparado para ouvir o outro e refletir sobre o que é dito é ser professor.
Referência:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000200013&lng=en&nrm=iso&tlng=pt, acesso em: 19.04.2010;Carta de Paulo Freire aos professores
Esta carta foi retirada do livro Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar (Editora Olho D'Água, 10ª ed., p. 27-38) no qual Paulo Freire dialoga sobre questões da construção de uma escola democrática e popular. Escreve especialmente aos professores, convocando-os ao engajamento nesta mesma luta. Este livro foi escrito durante dois meses do ano de 1993, pouco tempo depois de sua experiência na condução da Secretaria de Educação de São Paulo.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Gotas de reflexão com Rubem Alves


Gostaria de sugerir aos visitantes uma leitura deleite de um artigo publicado de autoria do mestre Rubem Alves.
Para mim são palavras que acariciam a alma.
Siga o link: Mestre

terça-feira, 23 de março de 2010

Sobre saberes, sabores e valores


Ao iniciar mais um ano letivo minha reflexão se volta para questões levantadas em um artigo da revista Nova Escola, de outubro de 2009, de autoria de Luis Carlos de Menezes, educador da USP. Ali Menezes aponta a necessidade da harmonia de certos ingredientes essenciais para a construção e promoção da cultura em sala de aula. Em sua metáfora compara o prazer do sabor dos alimentos com o prazer que o conhecimento pode proporcionar. Os saberes, segundo ele, são os conteúdos, os sabores são as formas de despertar o gosto pelo conhecimento e o envolvimento dos alunos e os valores são a própria cultura construida em cada turma.
Neste semestre em que se inicia meu estágio em Pedagogia muito me preocupa realizar e propor atividades que tenham um "sabor" especial para meus alunos. Pensando nisso, recorri neste último sábado a um passeio pelas editoras de Porto Alegre, em busca de material, em especial literatura infantil, que me permitisse, despertar o sabor da pesquisa e o prazer do conhecimento na turma que mediarei a aprendizagem. Pois, "Mais do que selecionar assuntos, é preciso motivar quem vai aprender, sem o que a Educação se frustra porque não se dá o aprendizado." (MENEZES, out.2009)
Se deseja acompanhar o artigo na íntegra acesse aqui.