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sábado, 26 de setembro de 2009

As diferentes falas


A fala a escrita e a leitura não ocorrem sempre do mesmo jeito. O que se pode perceber que estas práticas se diferenciam estabelecendo uma relação direta entre o os interlocutores e o meio onde elas estão ocorrendo. Isso desestabiliza a “ideia de "uma" língua padrão, como se essa não sofresse alterações socioculturais. Essas variedades manifestam-se tanto na linguagem oral, quanto na escrita...“ (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002), constituindo, na verdade “falas” que de pertencimento de determinados grupos em determinado tempo. “As condições de produção do discurso - o contexto de uso da linguagem, o lugar do qual falamos, o interlocutor - interferem na seleção do conteúdo (o que dizer) e das estratégias do dizer (como dizer).O discurso sofre controle exter¬no e interno dentro de sistemas de apropriação, doutrinas e sociedades de discurso, sendo que as proibições podem ser sobre o assunto a ser explorado, a circunstância de fala, os sujeitos envolvidos” (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002).

A escola precisa reconhecer essas diferenciações na fala e na escrita e abrir espaço para que tal multiplicidade ocorra também em sala de aula. O aluno precisa reconhecer a existência da linguagem acadêmica, porém a academia também precisa abrigar as diferenças sociais que abarcam costumes e “falares” distintos.

EJA sob a visão freiriana



Paulo Freire contribui significativamente com a educação apresentando uma nova proposta de alfabetização com a valorização da cultura de todas as etnias demonstrando a importância de cada pessoa no processo de construção de conhecimento de uma sociedade democrática. Freire revela a consciência política do ato educativo, apostando em uma educação para a transformação social e acreditando na importância da ação pedagógica para a emancipação humana.

O pensamento Freiriano contribui para mudanças significativas com a sua forma de ver o mundo no desenvolvimento do trabalho pedagógico, abrindo aos alunos uma perspectiva para conquistar seus direitos, sua auto-estima e dignidade. E ao mesmo tempo, fazer nascer a esperança de se tornarem sujeitos de sua aprendizagem, participando e sendo capazes de reinventarem aquelas experiências históricas e existenciais que são desvalorizadas na vida cotidiana pela cultura dominante. A educação que Freire propõe é problematizadora, crítica e emancipadora.

Ele nos mostra a importância e a necessidade que temos da reflexão e ação a partir das nossas histórias de vida e dessa maneira participando ativamente do processo social. Segundo ele, a educação deve possibilitar aos alunos se tornarem construtores do processo de conhecimentos e a partir daí transformadores de uma sociedade melhor para todos.

No processo de alfabetização, a leitura de mundo realmente precede a leitura da palavra. Sendo assim, os alunos devem compreender o mundo que os cerca, discutindo, falando, refletindo a respeito do mesmo, para que possam se alfabetizar de uma maneira crítica e emancipadora, transformando da própria condição. Isso se torna possível através do diálogo, partindo do conhecimento de mundo que o indivíduo já possui. A partir daí reconstrói-se por meio da língua, a própria história do sujeito e de sua cultura através do saber individual.

Então, ler e escrever não podem ser processos mecânicos. Deve ser processos criativos de percepção do mundo econômico, social, cultural que resulta num processo mais amplo de conscientização. A consciência só é adquirida se houver um processo dialógico entre o homem e o mundo. Por isso, também, a importância dos sujeitos se perceberem através das suas “leituras”, como agentes da História. Pessoas que fazem a História e que não apenas participam como expectadores.

Toda educação que deseja alcançar êxito na formação da consciência crítica, com o objetivo de transformação deve se embasar nos princípios de educação propostos por Paulo Freire.

A alfabetização em seu sentido mais amplo compreende as experiências e relações dos educandos com o mundo, e, no sentido mais específico, é a ação de uma referência para a crítica. Como narrativa, para a ação, torna-se uma tentativa de resgate da história, experiências, visão do discurso tradicional e das relações sociais dominantes. Desenvolver condições para que os indivíduos possam se situar em suas histórias para promoverem outras possibilidades de vida.

Ser alfabetizado é reivindicar sua própria voz. Como referente para a crítica, a alfabetização oferece precondição para a organização, a compreensão da natureza socialmente elaborada e para a avaliação de como o conhecimento, o poder e prática social, que podem ser moldados conjuntamente, tornando a tomada de decisões instrumentos para uma sociedade democrática, e não concessões aos que querem os ricos e poderosos. Ou seja, é preciso que a alfabetização de jovens e adultos considere as histórias de vida dos alunos, pois é a partir de suas experiências, comparando com as outras que lhes são contadas, é que construíram e reconstruíram outras possibilidades humanas, revendo seu espaço como cidadão.

Nomear analfabetismo como parte da definição do que é ser alfabetizado representa uma construção ideológica seguindo determinados interesses políticos. Analfabetismo pode ser tanto uma forma de ignorância intelectual e política quanto uma resistência de classe, sexo ou de cultura. Grupos oprimidos se recusam a aprender os códigos e competências culturais pela visão do que é a alfabetização das classes dominantes. A prática de alfabetização escolar desconsidera que estes grupos possuem seus próprios códigos e uma cultura muito particular, praticamente impõe o conhecimento escolar da cultura dominante, criando assim, um espaço conflitante pelos grupos subalternos que lutam por suas vozes.

Uma prática de alfabetização crítica precisa ser sensível as condições históricas, sociais e culturais que contribuem para as formas de conhecimento e de significado que os alunos trazem para a escola, fomentando a individualidade como parte de um projeto moral e político para uma ação social transformadora
Pensar a alfabetização como forma de política cultural é defini-la sob o olhar freiriano, com uma leitura de mundo e da palavra. É analisar como ocorrem e se constroem as relações no interior da escola. É compreender que o conhecimento ocorre no momento em que professor e aluno se encontram em sala de aula, dando importância as próprias vidas e experiências.

A alfabetização política cultural exige repensar o currículo compreendendo-o como um instrumento que representa um conjunto de interesses que devem ser postos, examinados e debatidos criticamente e que permita que as diversas vozes escolares sejam ouvidas, confirmando e legitimando as experiências que dão sentido às próprias vidas.

Por fim, uma alfabetização crítica e de voz exalta a pluralidade e tem sua força na comunidade humana e nas relações sociais. Os educadores críticos constroem suas próprias vozes examinando com cuidado os interesses sociais e políticos que a conduzem, são, portanto, educadores e também educandos. Tem em sala de aula condições para análise, identificação e problematização das diversas maneiras de ver o outro e o mundo e cultivam as diferenças e semelhanças.

Referência:
GIROUX, Henry. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político. In: FREIRE, Paulo e MACEDO, Donaldo. Alfabetização: leitura da palavra, leitura do mundo. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 1-27.

Síntese do Projeto de Aprendizagem - TEMA: Animais de Estimação


O ser humano surgiu como espécie há aproximadamente quarenta mil anos. Mas somente há doze mil anos iniciou-se o processo de domesticação dos animais. O lobo foi o primeiro animal a passar por este processo dando origem ao cão. À medida que os séculos foram passando, o relacionamento entre o homem e cão se tornou cada vez mais intenso, a ponto de dificilmente podermos pensar em nossa sociedade sem a presença deste e de outros animais de estimação desde os mais comuns como gatos e pássaros até os mais raros e exóticos.

Os laços entre humanos e animais possuem desde os primórdios da civilização um componente prático e utilitário que diz respeito por exemplo: ao aumento significativo da eficiência da caça com a ajuda dos cães quando, esta atividade era essencial para a sobrevivência. Há ainda o aspecto emocional, que adquiriu também grande importância na sociedade humana, devido ao fato de os animais poderem suprir a necessidade de afeto ou preencher espaços vazios na solidão do mundo urbano, cada vez mais individualista.

A presença dos animais de estimação tornou-se evidente em praticamente

todas as culturas e com significados tanto universais quanto particulares dependendo da época e local onde os encontramos.

Começaram os estudos científicos dos benefícios que eles proporcionam aos seres humanos. A partir disso, adquiriu-se maior conhecimento sobre a função dos animais de estimação tanto na família, quanto na socialização, bem como o seu significado em nossas vidas. E por fim, foram desenvolvidas diversas técnicas que utilizam os animais de estimação em terapias individuais e familiares, na tentativa de auxiliar na resolução de problemas emocionais,como a depressão por exemplo.

Eles presenciaram toda evolução tecnológica, expressas principalmente na forma de manipulação do meio ambiente em função dos interesses humanos. Estão presentes desde os desenhos nas cavernas, feitos com pigmentos naturais com o objetivo de viabilizar magicamente a caça.

Podemos assim compreender os benefícios e bem-estar obtidos em sua companhia e porque as pessoas têm animais de estimação. Acompanhando a modernidade a relação com os animais de estimação também evoluiu, o que antes era uma relação de afetividade e utilidade passou a ser também relacionada ao status social e econômico, observamos isso através do crescimento no segmento de mercado destinado aos Pets, contando com uma inúmera diversidade de acessórios, brinquedos, guloseimas e mesmo roupas de luxo para os bichinhos. Essas necessidades são criadas pelo próprio ser humano num esforço de acentuar o processo de humanização em seus animais, desenvolvendo uma identificação entre o animal e seu dono.