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segunda-feira, 24 de maio de 2010

A biblioteca escolar


Ao me propor durante meu estágio despertar a capacidade leitora e escrita dos alunos com os quais trabalharia, sabia das dificuldades que enfrentaria e da importância de desenvolver o gosto nos alunos para que esta temporada fosse significativa e agradável.
Esta semana iniciamos com uma aula no interior da biblioteca escolar. Para minha surpresa, os alunos nunca haviam tido uma aula naquele lugar. Ao realizar a contação de história naquele ambiente foi se como todo o processo tivesse tomado uma proporção maior do que a imaginada. Após a contação os alunos ficaram livres para explorar qualquer material que lhes interessasse naquele espaço. Ressaltei que as explorações realizadas não seriam avaliadas posteriormente, que poderiam, inclusive, somente pesquisar gravuras.
A reação foi superior à esperada. Os alunos se interessaram muito pelas enciclopédias ilustradas, e naturalmente, passaram a realizar leituras dos assuntos aos quais se sentiram interessados. O manuseio correto do livro se aprende na prática e considero a escola a responsável por este aprendizado.
Pediram para que fossemos até aquele espaço semanalmente, o que acordei (na próxima semana, já me programei para realizá-lo na Biblioteca Pública Municipal Vianna Moog).
Ao retornar para a sala, cada aluno trouxe e apresentou para os colegas um livro que trouxe do seu acervo pessoal para nossa “Sacola Mágica”. Esta sacola tem caráter itinerante. Cada aluno leva para casa num dia e retorna no próximo, ficando responsável pela mesma. O conteúdo da sacola não será cobrado em avaliações pela professora.
Gostaria de ressaltar os resultados desta “Sacola Mágica”; ao levarem para casa acabei por envolver também a família com o conteúdo da mesma. Não foram raros os relatos de alunos que tiveram que dividi-la com os pais que se interessaram principalmente pelos livros de conhecimentos gerais que coloquei ali.
Sabemos que a leitura e a escrita não são dois fatos isolados e que os livros são os responsáveis por despertar a criatividade e emoção induzindo assim o gosto pela atividade de leitura.
Os alunos precisam manusear os livros, tendo à mão lápis e papel para realizarem suas anotações, estas práticas são aprendidas na escola. Para muitos, a escola é o ambiente no qual mais terão contato com materiais e ambiente de leitura. A escola é a grande biblioteca para os alunos da atualidade.
O professor, então, desempenha a função de apresentar, ajudar a escolher e estimular a leitura de alguns livros. Ele ensina também a maneira de ter acesso aos livros, por meio das bibliotecas. A biblioteca é o centro cultural da escola.
Assim, a biblioteca escolar deve ser um lugar em que se possa respirar cultura e também produzi-la. Há a necessidade de um ambiente organizado para fins de leitura. Devemos oferecer à criança os variados materiais da biblioteca e deixar que ela se aproprie daquele que mais lhe interessa, pois manuseando o livro ela sentirá vontade de explorá-lo.
“Aprender a ler não é uma atividade natural para qual a criança se capacita sozinha. Entre livros e leitores há importantes mediadores” (PRÓ-LETRAMENTO, p.26, 2008)
Para que haja êxito na formação do leitor, precisamos efetivar uma leitura estimulante, reflexiva, diversificada, crítica, ensinando os alunos para viverem melhor.
Precisamos trabalhar com a variedade de textos que circulam na sociedade, pois o significado do texto é construído pelo leitor a partir da ativação de seus conhecimentos prévios e, a leitura é uma prática social fundamental para entender melhor o mundo.
Para muitos a escola é o ambiente no qual mais terão contato com materiais e ambiente de leitura, e o professor desenpenha, então, a função de apresentar, ajudar a escolher e estimular a leitura de alguns livros.
Em sala, a leitura e a escrita precisam ser planejadas como atividades cotidianas onde o professor pode realizar uma contação, usar as histórias como estímulo para outras atividades ou, simplesmente, elaborar uma atividade de leitura que se encerre em si.
Durante a leitura o aluno amplia seus conhecimentos e os reconstrói a partir de novas possibilidades exploradas. É assim também com a ortografia. O aluno precisa ter ao seu alcance, na biblioteca ou em sala um dicionário para que possa explorar e ampliar seu vocabulário, adquirindo a capacidade de inferir novos significados ao seu objeto de leitura.
Quanto maior o número de cognições o aluno for capaz de realizar a partir do que é lido, mais conhecerá o assunto do texto e poderá refletir sobre elas.
Ao manusear o dicionário o aluno ira explorar outras possibilidades de utilização das palavras, com distintos significados e inclusive descobrindo ali palavras que elas não podem ou não devem pronunciar como palavrões, palavras relacionadas ao seu corpo ou, até mesmo à sua sexualidade. Ele acaba percebendo que o dicionário é um forte aliado para ampliar seus conhecimentos.

Referência
PRO-LETRAMENTO: Programa de formação continuada de professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental: alfabetização e linguagem. Ed. Secretaria de Ed. Básica – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2008.

1 comentários:

Patricia Grasel disse...

Carla querida,
Muto boa sua postagem, melhor ainda é perceber ser desejo de despertar o desejo de leitura nos alunos.
O trabalho com a sacola mágica é maravilhoso e a maneira que vc relata o mesmo em sua postagem me fez sentir vontade de participar de seu projeto.
Adorei, sua criatividade, ousadia, competência e principalmente a maneira que compartihou essa experiência no portfólio.
Bjo