BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Gestão democrática

A Gestão democrática possui instâncias de funcionamento: a dimensão financeira, que se dá através dos repasses regulares de verbas para aplicação nos recursos desejados pela escola e posterior prestação de contas para a mesma; a dimensão administrativa, com o planejamento participativo, a eleição de diretores, o funcionamento do Conselho Escolar e as agremiações, associadas ao trabalho da escola; a dimensão pedagógica, que evolve o Projeto pedagógico e as ações realizadas para que o mesmo seja alcançado pedagogicamente; a dimensão relacional, que constitui do eficiente relacionamento com o sistema, com outras redes de ensino e instituições envolvidas com a educação que podem auxiliar a escola a colocar em prática seus objetivos expostos no Projeto Pedagógico.
Na escola onde atuo, acredito que exista um real interesse do corpo discente e da gestão pública atual para que se efetive uma gestão democrática efetiva. Possuímos eleições diretas de diretores e orientadores pedagógicos, há repasses regulares de verbas, estamos elaborando o Projeto Político Pedagógico através de consulta da comunidade escolar, existe uma prestação de contas regular dos recursos aplicados, e as decisões envolvendo as dinâmicas educacionais são realizadas através das reuniões pedagógicas, periódicas, quinzenais.
Observo que ainda falta a consciência da comunidade, onde a escola que trabalho está inserida, da necessidade da sua participação de maneira mais efetiva. Há uma falta de apropriação por parte desta, da exposição de seus desejos, da participação constante nos processos escolares e acompanhamento das programações do calendário escolar.
Existe ainda a questão dos recursos insuficientes para a educação, o que ocupa grande parte do tempo dos discentes, que precisam se preocupar com a elaboração de formas para angariar e garantir a estabilidade financeira da escola. Também nesse sentido, me chama a atenção o grande número de colegas educadores que se desdobram em uma jornada de sessenta horas semanais de trabalho, pois os salários da categoria ainda são baixos. E nesse sentido acabam prejudicando a pesquisa, o desenvolvimento e o envolvimento dos profissionais de maneira mais harmônica, como requer a educação.
Através do que foi visto até agora, acredito que falta uma tomada de consciência da população no sentido de exige a implementação das políticas públicas. Isso acontecerá através da participação democrática, a iniciar pelo ambiente de nossas salas de aula. Aprendendo a participar criticamente do seu próprio processo de aprendizagem o indivíduo cria o hábito e vê a necessidade de fazê-lo em todas as dimensões de sua vida.

Psicologia da vida adulta

Segundo Erikson, a conquista de nossa identidade se dá ao longo de toda nossa vida, à medida em que vamos experienciando e nos socializando.
Isso nos permite percebermos de maneira mais clara quem somos e o que queremos ser.
Acredito que esta intenção está diretamente relacionada às vivências sociais que tivemos ao longo de nosso percursso. O ideal seria termos a experiência e aceitação da velhice durante a puberdade, mas infelizmente as etapas não acontecem desta maneira...

Reflexões sobre Pedagogia da autonomia e Pedagogia da indignação

Aquele que almeja tornar-se sujeito da História não pode prescindir do desejo do saber. Desejar o saber e criar situações de aprendizagem é responsabilidade tanto do indivíduo quanto da coletividade. Contudo, é improvável a elaboração de novas sinapses do conhecimento sem que o indivíduo para tal se motive. Assim, reflito sobre o que Freire chama de tirania da liberdade, pois na prática cotidiana de sala de aula é constante a complacência dos pais, quando se dirigem à escola dizendo que não sabem mais o que fazer com seus filhos – muitas vezes crianças de apenas 6, 8 ou 9 anos de idade -. Esperam que a escola dê a resposta para esta questão, que na verdade, possui respostas muito mais profundas do que as quatro horas de vivência escolar podem fornecer.
A sociedade precisa encarar a educação de maneira política, crítica e participativa, pois só assim, aprender e experimentar tornar-se-ão significativos para os alunos. A escola não é um depósito para que os pais deixem seus filhos enquanto trabalham. Ela precisa ser vista como fator primordial de uma sociedade que queira políticas públicas de qualidade, que atendam às suas demandas de maneira justa e equalitária. É a educação que nos impede da neutralidade social e que nos dá vontade de transformar o mundo. (...)

Os alunos precisam compreender o grupo no qual estão inseridos. O educador deve estar atento às leituras e releituras do grupo, focalizando a compreensão do contexto, do espaço e dos fatos. O professor só tornará isso possível à medida que ele próprio for um pesquisador, um questionador e um cidadão atuante, e que seja capaz de reconhecer em si a capacidade de determinação e de mudança, como seres inacabados que somos.