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domingo, 28 de junho de 2009

Entre os muros da escola




O filme Entre os muros da Escola, vencedor da Palma de Ouro, em Cannes, narra a o dia a dia de uma classe em uma escola de subúrbio de Paris e discorre sobre os problemas político, cultural, étnico, discriminatório e educacional. Cada aluno que ganha voz na sala, descendente de um país diferente travam uma disputa entre identidade individual e coletiva. .Como educadora percebo que as cenas observadas no filme não são tão distantes do que acontece nas escolas públicas nas quais trabalhamos aqui no Brasil.

Uma das cenas, geradora do conflito principal do filme, é o momento do Conselho de Classe, onde se encontram duas representantes da turma. Nele percebemos que os alunos apresentam problemas, os professores percebem, reúnem-se, reclamam, mas não apontam mudanças ou estratégias que procure incentivá-los ou instigá-los no processo de aprendizagem.

As representantes tentam participar, porém quando o fazem, suas colocações não são levadas em conta, como se suas opiniões não fossem válidas, de maneira preconceituosa, os professores apenas ignoram as interferências realizadas pelas alunas. Isto é, são convidadas a participar de um espaço, no qual é enfatizado que sua presença não é importante e suas falas são ignoradas.
Desta sena segue o conflito principal do filme , a expulsão de um africano, a luta constante entre as etnias em achar seu lugar em países estrangeiros e a esperança do professor em mudar o sistema em favor dos alunos.

Mesmo entre os professores não há consenso entre as metodologias de ensino, metodologias de valorização do estudante ou práticas de advertência e punições. Nem sempre o objetivo maior – formar cidadãos e ensinar os alunos a pensarem por si próprios – é levado em consideração.

O professor atravessa um princípio moral que é o de levantar sua voz em favor do aluno, contra a expulsão ou prejudicar-se profissionalmente. Ele percebe a dificuldade enfrentada pelos alunos em função da discriminação e da diversidade encontrada naquele espaço. Percebe as identidades, e etnias distintas e o preconceito que sofrem. Procura incentivar a autonomia e a percepção dos alunos através de suas aulas, porém no momento no qual cabe a ele levantar sua voz, ele simplesmente cala.

Este filme resume em si todas as questões abordadas pelas Interdisciplinas estudadas durante este semestre, pois traz uma abordagem atual da escola que vivenciamos diariamente.

Considero muito relevante que nós educadores tomemos consciência da necessidade da discussão das questões raciais e discriminatórias que permeiam o ambiente escolar, para que elas finalmente se solucionem e possam refletir em nossa sociedade. Nossos alunos negros, inclusos e portadores de NEE têm o direito de ir e vir tranquilamente e de se sentirem bem em qualquer ambiente por eles freqüentado.

1 comentários:

Patricia Grasel disse...

Querida Carla,

Que bom saber que gostou do filme, relamente é um filme que nos revela fatos muito presentes na educação brasileira também. Fico feliz de saber que conseguiu compreender a essência do filme, identificando os conceitos trabalhados nas interdisciplina do eixo VI.
Concordo contigo quando escreves que "nós educadores temos que ter consciência da necessidade da discussão das questões raciais e discriminatórias que permeiam o ambiente escolar", mas como uma educadora não posso deixar de te provocar a ir além... como nós podemos trabalhar para construir uma escola que trabalhe em parceria com a família para elimiar a descriminação? Que atitudes nossas podem fazer a diferença? São questões para vc pensar... se quiser compartilhar mais comigo... vou adorar :)

Bjos