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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Alfabetização de Adultos


Na interdisciplina de EJA, fomos convidados a ler e refletir, à partir de um texto de Regina Hara, sobre os desafios enfrentados pelos educadores em ensinar e motivar os adultos que frequentam esta modalidade de ensino.
As dificuldades em trabalhar com EJA, como o texto relata, passa pelos problemas sociais. A escolarização tem peso menor para a sua sobrevivência de adultos das classes populares, outras questões são preponderantes - como habitação, saúde, emprego, alimentação, transporte - em relação aos processos escolares. Daí a evasão, que supera a permanência em sala de aula, evitando o abandono e a desistência. Além, é claro, do mais significativo, o cansaço físico, porque após um exaustivo dia de trabalho, poucos sentem-se estimulados a permaner por um extenso período na escola.
Hara coloca muito bem a questão que a simples militância e a informação técnica não são suficientes para ensinar a ler e escrever, assim como uma metodologia direcionada por palavras relacionadas à realidade do aluno, é preciso mais, é necessário que este adulto compreenda a função da leitura e da escrita em sua vida, em como lhe será útil para a construção de conhecimentos sobre o mundo que esta inserida, desenvolvendo habilidades que lhe capacitarão para participar e trans
Hara diz que é importante valorizar o que o aluno traz de suas vivências. Que a aprendizagem da leitura e escrita ocorre da mesma maneira para adultos e crianças. Os estágios de construção da escrita que os adultos apresentam são os mesmos identificados nas crianças.
A aprendizagem da escrita e da leitura é um processo em que o sujeito é o construtor do conhecimento.Os adultos pensam a escrita como um sistema de representação e tem hipóteses sobre como acontece essa representação.Tudo serve para ler, porém fica mais fácil se o texto escrito provocar a curiosidade e o desejo do leitor, seja criança ou adulto.A escrita também se dá da mesma forma, precisa haver uma vontade de escrever, um objetivo, assim ficará mais fácil esse processo. Ou seja, é necessária a compreensão do processo e da importância dele para o educando.formar sua realidade.
A avaliação na EJA precisa ser adotada de forma que leve o próprio aluno a se perceber, a dar-se conta de seus progressos e do que ainda precisa melhorar, pois desta maneira ela se torna mais um argumento de permanência deste adulto em sala de aula e lhe dá estímulo para enfrentar as adversidades diárias, tais como: cansaço, necessidades de carência social e financeira, etc.A promoção da auto-avaliação ou do Conselho de Classe Participativo, como já é adotado em diversas escolas do município onde há EJA, é eficiente para promover o \"feed-back\" para os alunos desta modalidade.O professor pode argumentar em favor do progresso mostrando ao aluno produções antigas realizadas comparando-as as atuais. Essa prática serve de estímulo para ambos e justifica a continuidade, podendo, inclusive, apontar caminhos para continuidade do processo de aprendizagem.


Me surpreendi com os estudos sobre como se dá a aprendizagem na EJA, e no trabalho com adultos, e achei interessantíssimo o questionamento de Emília Ferreiro \\\"Não será possível considerar uma ação alfabetizadora que tome como ponto de partida o que estes adultos sabem, em lugar de partir do que ignoram?\\\"; pois trata-se de iniciar um trabalho já apostando em cativar, incentivar e valorizar o aluno para que ele se sinta impelido a buscar mais sobre o que já conhece. Muito bom este texto!
Referência:
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3.ed. São Paulo: CEDI, 1992.

3 comentários:

Patricia Grasel disse...

Oi Carla, que legal compartilhar conosco esse texto estudado na interdisciplina de EJA. Você trouxe um resumo bem explicativo sobre o mesmo, além de completar com uma pequena reflexão sobre sua leitura. Parabéns. Depois de ler sua postagem fiqei curiosa em saber se essa leitura e sua reflexão sobre a leitura trouxeram alguma mudança em sua prática docente. Muitas vezes mesmo não trabalhando com EJA o estudo sobre as necessidades para com esse trabalho acabam sendo bem-vindos para nosso trabalho com os alunos pequeninos também, na questão de afetividade, estar atento as necessidades, as experiências ocorridas. Bom, enfim, penso que as interdisciplinas estão todas relacionadas e de certa meneira acabam convergindo em nossa ação pedagógica.

Bjokas

Luciane Machado disse...

Carla, adorei a postagem e suas reflexões, apontou pontos importantes sobre o texto, e com certeza, a alfabetização tem que partir das vivências dos alunos,dos seus conhecimentos,questionando-os sobre a atual realidade, a alfabetização com o objetivo de fazer o aluno ler sua realidade e do mundo.Bjs.

Leonardo Porto disse...

Prezada Carla,

suas posatgens são bem escritas, só falta periodicidade e seguir as regras para as postagens que estão publicadas no works e no ROODA e que eu reproduzo a seguir:
1. Experimente reservar um tempo fixo na semana para realizar a postagem semanal. Pare para pensar na sua aprendizagem. Você merece esse tempo.

2. Cada postagem pode dar conta de aprendizagem que se relaciona com uma ou mais Interdisciplinas.

3. Construa as postagens de suas aprendizagens com argumentos e evidências.

4. As evidências são ações concretas que demonstram nossa aprendizagem. Essas ações podem ser exemplos da sala de aula, a aplicação de algo na sua vida pessoal, um trabalho na comunidade, a criação de uma atividade, um ato de pensamento que relaciona conceitos, etc. Mas essas ações são evidências quando acompanhadas por argumentos que fazem a leitura crítica das ações.

5. Ao trazer fragmentos de atividades ou de textos lidos nas Interdisciplinas mostre o seu posicionamento informado. Explique o que faz diferença ao saber isso. Demonstre por que tal ideia é importante. Relate se tal situação já foi vivida por você. Que tal mostrar as limitações ou os avanços contrapondo idéias e conceitos?

6. Continue usando os marcadores para sinalizar as Interdisciplinas que estão envolvidas em uma aprendizagem;

7. Lembre-se que o Portfólio de Aprendizagens transcende o curso, é público e tem visibilidade na Internet com visitas inesperadas.

Leonardo.